Tem algo errado com a política de segurança pública do GDF

Em matéria da agenciabrasilia.df.gov.br, de hoje, 1/5/2021 (Dia do Trabalhador), GDF anuncia que: “Mais cinco novas delegacias para reforçar o combate a criminalidade no DF”, como se unidades físicas fossem realmente os responsáveis pelo combate a criminalidade.

AGENTE DSOUSA

                                                                 Tem algo errado com a política de segurança pública do GDF

Por Agente D´Sousa, policial civil

Construção de delegacias não basta para o combate à criminalidade!

Em matéria da agenciabrasilia.df.gov.br, de hoje, 1/5/2021 (Dia do Trabalhador), GDF anuncia que: “Mais cinco novas delegacias para reforçar o combate a criminalidade no DF”, como se unidades físicas fossem realmente os responsáveis pelo combate a criminalidade.

“Em construção, reforma ou até em mudanças, unidades vão atender moradores da Estrutural, Sobradinho II, Taguatinga e lagos Sul e Norte.”

Quem é da área de segurança pública sabe muito bem que reformar e construir são passos importantes, mas não suficientes e essenciais ao combate da criminalidade. Falta ao GDF implementar políticas de reposição de “peças”, ou seja, contratar policiais civis que deem conta dos mais diversos crimes que estão ocorrendo na Capital e estão ficando sem investigações por falta de pessoal.

A polícia civil do DF não tem, hoje, 50% do efetivo que precisaria ter para dar cabo aos crimes pendentes de investigações. São necessários, pelo menos, cerca de 4.500 policiais.

Delegacias, que antes estavam fechadas por falta de efetivo, só passaram a funcionar, precariamente, em razão do serviço voluntário criado pelo GDF, onde policiais de folga deixam o convívio familiar e a adequado descanso do estressante trabalho policial, para prestar serviço nessas delegacias, bem como reforçar outras no atendimento ao público. Não vai tardar e muitos estarão doentes, como já vem ocorrendo.

Quando se abre uma nova delegacia sem o planejamento com novas contratações, a sociedade tem que entender que, para esta nova unidade, foram deslocados policiais de outras cidades, e, portanto, uma outra unidade ficou desprotegida. É a política do enxuga gelo.

Em foto de capa, é destacada à 15ª Delegacia Policial – Ceilândia Centro, cujo efetivo total não deve passar dos 50 servidores (delegados, agentes de polícia e escrivães de polícia), quando deveria ter, no mínimo, 120 policiais. E só em Ceilândia são quatro delegacias: 15ª DP, 23ª (P Sul), 24ªDP (setor “O”), e 19ª DP (P norte). Todas estas com efetivo aquém daquele necessário para garantir a comunidade uma sensação de segurança.

A política de segurança pública do GDF está equivocada. O crime se combate com inteligência e efetivo policial suficiente para dar cabo às demandas da população.

Há necessidade, urgentemente, de contratação. O último concurso ocorreu há mais de sete (7) anos, e a cada semana, registra-se aposentadorias. Portanto, o efetivo a cada dia é menor.

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