Reposição Salarial. Militares do DF torcem por policiais civis
Por Agente D´Sousa, policial civil
Os militares do Distrito Federal (PMDF e CBMDF), estão na torcida para que os policiais civis do DF, que já iniciaram mobilizações, encampem, sozinhos, manifestações enfrentando o governo federal (PT), na luta pela reposição salarial.
Desde que a mensagem (pedido de reajuste) saiu do GDF, onde se negociou que os militares terão isonomia salarial com os policiais civis, mesmo sendo esse tratamento inconstitucional, os militares se recolheram, isso por que, os percentuais de reposição salarial aos militares chegam a 34%, para subtenentes, enquanto, para os policiais civis, uma parcela de servidores receberá apenas 26% e os demais 18%.
Numa avaliação rápida, os 34% para os militares (subtenentes), podem chegar 42%, aproximadamente e aos demais cerca de 34%.
Explico:
Quando se aplica reajustes aos militares, os impostos, como IR e INSS, são calculados sobre o soldo (salário base) e não no todo, já que os militares detêm grande parte dos seus vencimentos em gratificações.
Assim, quando aplicada a alíquota de 27,5% do IR, o valor cobrado será muito menor dos aqueles aplicados aos policiais civis, cuja alíquota e sobre toda a remuneração. Isso também ocorrerá na aplicação do INSS que, além de os militares terem uma alíquota menor, que chega no máximo a 10,5%, o índice também é aplicado sobre o soldo. Já dos policiais civis, cuja alíquota chega a 26%, se a aplica sobre o toda a remuneração.
Essa diferença, é claro, a favor dos militares fez com que o deputado federal Major Fraga (PL-DF), oriundo da PMDF, dissesse em ato público, quando da assinatura da mensagem que seria encaminhado do governo federal, que “não vou atrapalharia dessa vez.”
Relembrando:
Num passado não tão longe, ainda no governo Ibaneis (MDB-DF), o governador tentou enviar uma mensagem de reposição salarial de 10%, para os militares e de 15% para os policiais civis, mas o resultado final seria igual pata todos, justamente para dar tratamento isonômico, mas o deputado federal Major Fraga bateu o pé e disse que faria de tudo para que isso não ocorresse, pois os policiais civis estariam levando um percentual maior, e de fato o deputado venceu. Não saiu nada! Os policiais civis simplesmente, se calaram.
Entraves:
Agora, encontra-se na mão do governo federal, Presidente Lula (PT), a resolução desse imbróglio, aplicar esses percentuais diferenciados que só traz vantagens aos militares.
Os fatos de 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram diversos órgãos federais, e o acampamento frente ao QG do Exército, sem qualquer importunação dos árgãos segurança ostensiva (militares), podem ter grandes influências na decisão do governo federal. Vamos aguardar.