Poder Executivo federal e Congresso trabalham para a extinção das polícias judiciárias (polícia civil e polícia federal)
Por Agente D´Sousa
Foto Internet: Policial federal é morto a tiros em favela do Rio de Janeiro
O Senado aprovou na última quarta-feira (4/1/2020) o projeto, oriundo do Presidente da República, que reestrutura a carreira e a Previdência dos militares.
Para o senador Major Olímpio (PSL-SP), que é oriundo das forças militares, a aprovação da matéria é uma homenagem e uma deferência com os militares, seus veteranos e pensionistas. Na visão do senador, a carreira militar é a mais sacrificada e com maior grau de risco entre todas as profissões.
É bem verdade que a carreira militar tem seus riscos inerentes a profissão, mas ignorar os riscos de que também correm os policiais civis em todos os estados e no Distrito Federal, assim como dos policiais federais que estão por todo o país é no mínimo um absurdo.
É cediço que os militares em geral serão os mais beneficiados no governo Bolsonaro, o qual já deixou isso bem claro. Os servidores civis, principalmente, aqueles das áreas de segurança pública amargarão sucessivas desvalorização em suas carreiras.
E esta desvalorização da carreira de polícia judiciária (responsável constitucionalmente pelas investigações de crimes, sobretudo, de corrupção no governo) será um estímulo para que outros cidadãos não ingressem nas respectivas forças policiais de investigação, pois não vislumbrarão perspectiva de crescimento na carreira, e assim o crime, que já é muito bem organizado no país, sobretudo, o de corrupção, deixará de ser investigado.
Ao que tudo indica, em pouco tempo, só teremos forças militares na segurança pública dos estados e do Distrito Federal.
Durante a votação, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse considerar o projeto um importante avanço para as carreiras militares. No entanto, lamentou o Senador, a diferença de tratamento que o governo deu aos militares em relação ao trabalhadores civis, já que a reforma dos militares inclui plano de carreira, inclusive com aumento de salário. Já a reforma da Previdência, apontou Randolfe, promoveu a retirada de direitos do trabalhador civil e dos servidores públicos.
E acrescentou: — Os militares merecem todo o nosso respeito, mas são pesos e medidas diferentes do governo de Bolsonaro e de Paulo Guedes — criticou o senador.
Dentre muitos pontos de ausência de tratamento igualitário entre as forças de segurança, destaca-se que os servidores policiais civis e policiais federais terão idade mínima para se aposentar (55 anos), para ambos os sexos; já os militares não terão. É um tanto absurdo.
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