CONCURSO PRA PF – O QUE A BANCA NÃO INFORMA AOS CANDIDATOS
Por Agente D´Sousa
Fazer carreira na polícia federal já foi sonho de muitos cidadãos. Mas, a desvalorização no tocante ao servidor policial nos últimos anos, e agravado no atual governo, pode fazer com que muitos cidadãos deixem de ingressar na força policial.
Em portaria publicada, nº 14.358 de 9 de dezembro 2020, tem previsão de abertura de edital com 123 postos para delegados, 400 vaga para escrivão, 84 para papiloscopistas e 893 para agentes.
Embora os proventos iniciais sejam atrativos, de R$ 22.672,48 (bruto), para delegados e de R$ 11.983,26 (bruto), para os demais cargos, estão além de muitas das carreiras típicas de estado.
O governo atual tem desde o início destinado recursos para aquisição de equipamentos de inteligência, com vistas ao enfrentamento às facções criminosas, não só para a polícia federal, mas para todos os órgãos de segurança pública. Contudo, ainda não há investimento no servidor policial.
A reforma da previdência, se chegar ao conhecimento dos candidatos ao concurso pode frear muitos. A não ser para aqueles que querem utilizar a polícia federal como “passagem” ou “trampolim” para outros cargos públicos, uma vez que fazer carreira e aposentar na PF não será um bom investimento.
De início, a reforma da previdência estabelece uma idade mínima de aposentadoria: 55 anos para ambos os sexos, com exigência mínima de 20 anos de atividade exclusiva no cargo, e que chegará a 25 anos.
Ao se aposentar não terá integralidade (valor da última remuneração), nem paridade (reajustes igualitários com os da ativa). Estarão submetidos às regras do RGPS. Assim, em valores de hoje, haverá uma redução de cerca de 50%, pois o servidor passará a receber o teto da previdência social e não o seu salário normal. Para não perder a integralidade, terá o servidor que se valer da previdência complementar.
Há ainda, as regras da pensão por morte. Até o novo governo, a pensão era de 100% em qualquer dos casos. Agora, este percentual só se aplica a mortes violentas em razão do serviço. Já por morte natural, mesmo estando na ativa, à pensão é de 50% do vencimento, com acréscimo de 10% para cada dependente. A família fica desamparada. Some-se ai que não há assistência à saúde. O custo é de cada policial.
O enfrentamento ao crime praticado pelas facções criminosas – que são muito bem organizadas – não somente depende de equipamentos, mas da expertise de cada servidor vocacionado pela profissão, e não de “passagem”.